jueves, 22 de octubre de 2009

Solitude

“Minh’alma enlouquecida
Morta em vida maldita
Foste tu, inspiração vazia
Foste tu, solidão sombria
Sepultaste viva minha vida
Arrancaste de mim minh’alma ferida
Deixaste a face
Serena e fria”

-Olhas teu corpo, morto, pútrido
Olhas tua vida ante o sepulcro
Vejas em teu rosto, em tua mão
É teu sangue derramado em vão

-Não há vida em teus versos
Em teus olhos meus infernos
Do lindo jardim d’outrora
Um leito frio no cemitério
O anjo do canto funéreo
Ante a melodía viva d’aurora

“Mas inda vivo a solitude
Na vastidão de um mundo ermo
Um deus maldito me ilude
Mas o arcanjo caído se mostra enfermo
Foste tu, razão do martírio
Foste tu, falso delirio
Funesta solidão na melancolía
Amiga morte da minha poesia

-Vê-te, teu corpo envolto ao sudário
Vê-te no infindo caminho de trevas
Olhas bem… na solitude à quem tu rezas
E quem cobre-te co’manto mortuário
Olhas quem n’amplitude vaga errante
Quando a morte te mira a fronte

“Mas inda há vida
De solidão mórbida, canção maldita
Mas inda vivo
A podridão sórdida, a vida ferida
Mas há vida”

-Vives sob a cova fria
“Mas inda ouço a melodía”
-Canto lúgubre de teu fim
“Os anjos de Deus sorriem pra mim”
-Falso deus que mente pra ti
“Deus que outrora esqueci”
-Deus que te despreza
“Mas inda há vida na treva”

“Minh’alma vaga no infindo
Vejo ao longe o guardião rindo
Foste tu, o proprio mártir
Foste tu, desgraça do porvir
Tiraste do coração o vil sentimento
Foste a solidão, desgraça do tempo
Levaste ao sepulcro o anjo ferido
Deixaste o corpo, inerte, morto
Na sombria vida de solitude
Um genio perdido

-Olhas a tua volta, teus demônios
Olhas satã cobrindo-te co’manto
Tens a vida desgraçada
Com este sangue divino apodreceste a taça
Tens a vida sob o sepulcro
Deixes o sangue escorrer de teu pulso
Vá pelo jardim do inferno
Deixes satã escrever o último verso

“Não! Inda sigo meu caminho
Inda sigo a sinfonía
Vejo ao longe um jardim ais lindo
Não há sangue no fim da poesia…”

“Quando n’amplitude uma só alma
Ante a solitude um só lágrima
E ainda há vida, há alma
Triste, ferida
Mas há um caminho
Frio, sombrio
Que ainda sigo
Inda vivo

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